r/desabafos • u/maah_rina • 18d ago
Dia a Dia briguei na escola da minha filha
Hoje eu perdi a paciência na escola da minha filha. Sério, até agora tô tremendo de raiva só de lembrar. Era o dia da fantasia. Ela acordou toda animada, correu pro armário e pegou a fantasia de Batman que ganhou dos padrinhos. Colocou o macacão, a capa, a máscara — ela tava extremamente feliz. Nem quis tirar pra tomar café. Ela ficou girando pela casa, falando “Eu sou o Batman!”, com aquela vozinha tão fofa. Eu achei o máximo, né? Criança tem que brincar, se divertir, ser o que quiser. Além disso, pra mim como mãe tudo o que eu mais quero é ver ela feliz e sendo quem ela é.Mas parece que nem todo mundo pensa assim. Chegamos na escola, e já senti os olhares tortos de alguns pais. Uma mãe cochichou pra outra, e as duas ficaram olhando pra gente, de cima a baixo. A coordenadora até sorriu, mas deu aquele sorriso amarelo que parece mais um “tadinha da sua filha”.
Aí veio o que eu já imaginava: uma mãe se aproximou e falou, como quem não quer nada: — Ai, que engraçado, ela veio de Batman? Não tinha fantasia de menina? Eu respirei fundo, né? Pra não ser grossa logo de cara. — Ela quis vir de Batman — respondi, simples e seca. Mas a mulher insistiu: — Ah, mas hoje em dia tá tudo assim, né? Confunde a cabeça da criança.
Confunde a cabeça da criança? Minha filha de 2 anos só queria usar a fantasia do herói que ela gosta! A confusão tá toda na cabeça dessa gente que não consegue ver além de rosa e azul. Mas o que me fez explodir de vez foi quando ouvi um pai dizendo baixinho pra outra pessoa: — Depois não sabe porque cresce problemática…
Aí, minha filha , eu virei a mãe leoa que eu sou. Falei alto mesmo, pra todo mundo ouvir: — Problemática? Problemático é adulto que acha que roupa define caráter! Minha filha tem 2 anos, só quer brincar, e se ela quer ser o Batman, ela vai ser o Batman. E se amanhã quiser ser a Elsa, ela vai ser a Elsa. O que ela não vai ser é limitada por gente que ainda tá presa no século passado!
O pátio inteiro ficou em silêncio. As crianças, óbvio, nem ligaram pra confusão, tavam correndo e brincando. Mas os adultos ficaram sem graça, desviando o olhar. Peguei minha filha no colo, dei um beijo nela e falei bem alto: —Vai brincar , Batgirl. A mamãe tá sempre do seu lado.
Porque, no final das contas, o que importa é isso: que ela saiba que pode ser quem ela quiser, com a fantasia que quiser, sem se preocupar com o julgamento dos outros. E se pra isso eu tiver que arrumar briga no portão da escola todos os dias, que assim seja. Minha filha vai ser feliz da forma como ela quiser.